As práticas comerciais abusivas, especialmente no contexto do consumo digital, têm se tornado uma preocupação crescente tanto para consumidores quanto para legisladores e ativistas dos direitos do consumidor. Isso ocorre devido à significativa vulnerabilidade informacional que permeia a sociedade contemporânea. No mundo digital, os consumidores enfrentam uma série de desafios relacionados à segurança e privacidade de suas informações pessoais. Desse modo, a facilidade de acesso a dados pessoais por parte de empresas e plataformas online aumenta a exposição dos consumidores a potenciais violações de privacidade e uso indevido de suas informações. Além disso, a disseminação de desinformação sobre produtos e serviços, muitas vezes promovida por estratégias de marketing enganosas, contribui para uma atmosfera de incerteza e falta de confiança entre os consumidores. Assim, essa vulnerabilidade informacional pode levar os consumidores a tomarem decisões precipitadas ou prejudiciais com base em informações falsas ou tendenciosas, resultando em danos à reputação, perda financeira ou até mesmo exposição a riscos à saúde e segurança.
Seguindo essa linha de raciocínio, um grande exemplo de práticas comerciais abusivas é o greenwashing, uma estratégia de marketing enganosa na qual empresas apresentam-se como ambientalmente responsáveis, porém sem a devida sustentabilidade em suas operações. O greenwashing, embora não seja um conceito novo, ganhou destaque em um mundo cada vez mais consciente do meio ambiente e das práticas sustentáveis. Nesse sentido, com a crescente demanda dos consumidores por produtos e serviços que respeitem o meio ambiente, muitas empresas viram no greenwashing uma maneira de capitalizar essa tendência sem necessariamente adotar práticas sustentáveis em suas operações.
Sob essa ótica, os consumidores desempenham um papel fundamental ao exigir transparência e responsabilidade das empresas. Ao se educarem sobre o greenwashing e outras práticas comerciais abusivas, os consumidores podem tomar decisões mais informadas e pressionar por mudanças em direção a uma economia mais ética e sustentável.
Por fim, enfrentar as práticas comerciais abusivas requer uma abordagem multifacetada que envolva ações dos consumidores, reguladores e empresas. Somente através de uma colaboração eficaz entre esses atores podemos garantir um ambiente de consumo mais justo, transparente e responsável na era digital.

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